“The older I grow, the more I distrust the familiar doctrine that age brings wisdom.” - H.L. Mencken

18
Dez 17

- Não interessa a que velocidade fazes a Recta do Cabo. Quando chegares à ponte de VFX, os carros que ultrapassaste a 200 à hora vão estar mesmo atrás de ti na mesma.
- Por vezes, aquele sentimento de instinto é mesmo só gases.
- Seja onde for que te cortes e por muito pequeno que seja o corte, vai-te sempre atrapalhar e incomodar como se te tivessem arrancado um braço.
- O sol brilha mais forte quando te esqueces dos óculos em casa/carro/café/etc.
- Pensares que precisas de ter tudo preparado ou pronto para começares algo é caca de boi. Faz o que puderes, com o que tiveres, conforme puderes, quando puderes. Começado é melhor que estratégicamente delineado e planeado com deadlines e KPIs e o raio que os parta a todos.
- Um plano de negócio vale zero. Aliás, menos que zero. Se algum dia te der para o empreendedorismo e potencial investidor/parceiro/etc te pedir um, foge. Será usado contra ti a cada oportunidade que surja e, por mais, não vais conseguir explicar nada do que lá está (a adivinhologia ainda não é ciência).
- Nunca estaciones naquele lugar livre que ninguém aproveita numa zona cheia de trânsito e à pinha de gente. Nunca.
- Sim, só vais reparar que não tens papel higiénico no pior momento possível (sim, vais puxar cuecas para cima até mais ou menos meio caminho para ires em busca de papel/algo semelhante, por muito má cara que faças e por muito de perna aberta que seja o teu andar).
- Só vais descobrir que as tuas botas deixam entrar água se andares com elas à chuva.
- Sim, a peça de fruta no fundo da taça estará podre.
- Não, aquilo não vai descongelar até à hora que precisares.
- Não, não vais dormir até tarde quando o puderes fazer.
- Não, não te vais deitar mais cedo quando o devias fazer.
- Não, a opinião dos outros não vale um chavo.
- Não, a opinião dos outros não vale um chavo (a não ser que seja a tua Mãe e, mesmo assim...)
- Não, a opinião dos outros não vale um chavo (a não ser que seja o teu Pai e, mesmo assim...)
- Não, a opinião dos outros não vale um chavo (a não ser que seja alguém a quem entregarias a alma enquanto fosses de férias ou coisa assim e, mesmo assim...).
- Sim, consegues aprender TUDO no youtube.
- Sim, também tu és um idiota chapado/a de vez em quando.
- Sim, vais acabar por almoçar/jantar cereais muitas mais vezes do que tinhas previsto para a tua vida.
- Não, nunca o vais admitir à tua Mãe.
- A função "reset password" é melhor do que terem inventado nutella.
- Para os gajos - não, se fosses gaja não irias andar sempre a levar no pito.
- Para as gajas - não, se fosses gajo não irias ser mais compreensivo, lavadinho, arrumadinho, amável e doce.
- Se não perguntares, nunca saberás.
- Sim, alguém votou neles.
- Os sinais de aviso de trânsito lento nas auto-estradas não são sinais de aviso - são ordens.
- Sim, mais tarde ou mais cedo, vais ter medo de fazer algo. Faz na mesma, mesmo com medo. Os medos gerem-se e conquistam-se mas não desaparecerem totalmente. Habitua-te.
- As hipóteses de encontrar culpado/culpada por algo ter corrido mal/partido/sido destruído serão inversamente proporcionais à gravidade da merda feita.
- Por falar em merda, sim, vai cheirar mal. Aguenta-te e manda os outros, lá está, à merda, se te chatearem os cornos.
- Por falar em cornos... Sim, vais tê-los. Poderás não saber quando, como ou de que modo mas, sim, vais tê-los. Mais tarde ou mais cedo, terás testa enfeitada. É a vida.
- Tempo, não dinheiro, é o teu bem mais precioso.
- Tempo, não dinheiro, é o teu bem mais precioso.
- Tempo, não dinheiro, é o teu bem mais precioso.
- Tempo, não dinheiro, é o teu bem mais precioso.
- Tempo, não dinheiro, é o teu bem mais precioso.

Pronto. Era isso.

publicado por Sónia às 11:04

02
Fev 16

Como é que consegues fazer isso? Ires buscar a confiança suficiente para arriscares certas coisas, tentares outras, teres tanta certeza em algo que não sabes como vai ser?

Perguntar pela coragem de alguém como se fosse uma espécie de poção mágica que se compra em ervanária é reduzir a mesma a algo simples e fácil, que basta engolir e esperar o efeito.

Ter coragem, já dizia o outro, não é não ter medo; é seguir em frente apesar do medo, por muito que se trema, por muito que doa, por muitas dúvidas que nos assolem o espírito e façam fraquejar as pernas.

Eu, que prefiro saber a ficar na dúvida, já aprendi (e vou aprendendo) que quando o estômago me grita, não há nada que cabeça e coração possam dizer ou fazer para me tirar certa crença ou fé. Posso até ficar doente só de pensar, enjoada só de imaginar; até posso sentir que cada nervo do meu corpo, cada fibra do meu ser, me suplica uma fuga rápida de certa situação, me implora que saia dali e veja o desenrolar dos acontecimentos a uma distância segura (ou feche os olhos com força e espere que passe). Pode até faltar-me o ar, pode o coração saltar um batimento (ou cinco), podem os dedos ficar dormentes e os cabelos da nuca eriçados em antecipação a qualquer choque que aí possa vir. Posso ficar gelada no lugar, sentidos em alerta máximo, olhos a procurarem saída, mãos suadas e a tremer. Pode tudo isso acontecer numa fracção de segundo, num piscar de olhos, numa golfada de ar que nos é roubada sem mais nem menos. Pode ser isso tudo e muito mais. Muito, muito mais.

Como tens coragem para ficar? Como resistes a vontade tão forte de fugir? Como tens coragem suficiente para entregares o teu destino, o teu bem-estar, a outra pessoa ou colocá-la em risco numa qualquer situação que não controlas?

A minha coragem é minha. A minha força é minha. A minha fé é minha. Assumo-as sem medos, sem pânico de poder vir a estar errada, sem as fazer depender de mais ninguém. Se estiver errada, as quedas também são minhas. Os joelhos são meus. Incluindo as esfoladelas, as cicatrizes.

E as pernas que antes tremiam e vacilavam, que recusavam sair do lugar, são minhas para me levantar e obrigar a seguir em frente, por muito que o resto do corpo apenas se queira enrolar e esconder algures onde não existam perigos alguns.

Ter coragem não é ausência de medo. É assumir o medo, respirá-lo e mastigá-lo até nada sobrar, até o monstrinho que prometia o terror ser reduzido a suspiro, a memória desvanecida, àquele tipo de pó que desaparece com simples sopradela.

Como tenho coragem? Como podia não ter? Antes a luz que o escuro. Antes a cor que o preto e branco apenas. Antes saber-me, a mim e aos meus, do que viver na dúvida, cautelosa, cheia de receios infundados e medos inventados para nos impedirem de dar aquele passo, aquele preciso passo que, depois de tomado, ou nos faz aterrar com um estrondo e nos dá a certeza que da próxima saberemos melhor o que fazer, ou que, pelo contrário, nos faz voar.

Ter fé no que se acredita, acreditar no que se tem fé, confiar no que se confia.  

A coragem até nem conta muito para a equação, para o resultado final, para o processo.

Acreditem que não.

Acreditem. 

publicado por Sónia às 13:51

09
Fev 15

Quando não há nada a perder, há tudo a ganhar?
Porque é que só nos mostramos a sério, naquilo que realmente somos, quando não temos nada a perder? Não devia ser ao contrário? Não devíamos mostrar-nos a sério quando temos algo a ganhar? Porque não vimos a questão ao contrário? Porque é que não lutamos a favor de algo e não contra? Porque é que lutamos contra o vazio iminente e nunca a favor de algo sempre repleto? Porque é que só entramos em acção quando encostados à parede, quando nos ameaçam, quando nos metem medo? Porque é que só damos o nosso melhor nestas alturas, nunca evitando que lá se chegue noutras?
Porque é que insistimos em dar razão à máxima que diz que só se dá valor ao que se perde?   
E o valor que se dá ao que se ganha? Não vale nada por comparação?
Quando há tudo a ganhar, porque é que se pensa primeiro no medo de perder? E porque é que esse medo fala mais alto, congelando-nos no lugar, do que o desejo de tudo ter?
Mas porque é que não haveremos de ter tudo? Porque é que não haveremos de ir atrás, sem medo? O que é que temos a perder a não ser o medo do medo em si?
Se não há nada a perder e isso é confortável, então aí é que se perdeu e perde mesmo tudo.  

publicado por Sónia às 12:23

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