Há muito que perdi o terrível “Medo de Estar Sozinha”. Sim, é um dos muitos medos que assolam o mundo, um que, sei bem como, perdi e nunca mais vi.
Tem as suas vantagens. Tem as suas desvantagens. Tem o seu quê de gestão e equilíbrio.
As vantagens incluem uma regenerada calma e tranquilidade em relação ao que se sabe merecer e querer, não se ficando por algo que não nos encha as medidas como deve ser. As desvantagens incluem o mesmo.
De entre as vantagens, encontramos um mais apurado sentido de observação, de ignorar o acessório, de focar no que realmente interessa. De entre as desvantagens, encontraremos o mesmo.
Outra das vantagens é termos absoluta noção do que sabemos, conseguimos e queremos dar à outra pessoa. Uma das desvantagens refere-se exactamente ao mesmo.
Mas a principal vantagem de não mais se ter o “Medo de Estar Sozinha” é deixar de haver subterfúgios para outros medos. É uma espécie de lavar de cara, de olhos, em que o mundo ou é, ou não é. E, sendo, tem de ser mesmo.
Que mais se pode querer de uma pessoa que não essa pessoa em si, despida de tudo quanto a esconde e afasta do que realmente quer, como quer? Pouco. Muito pouco. E essa capacidade de dar (porque já não se tem medo das consequências de possível rejeição) é, para alguns, dão assustadora que nem receber são capazes. Compreensível.
Quando se vê o que se vê, sabendo que não há distorção, tudo assume uma nitidez avassaladora, quase dolorosa. Mas a beleza que encerra… a pura beleza do que vive por baixo de tanto ruído… Vale tudo.